Hora do chá

PIBID Química UEM desenvolveu uma nova Unidade Didática, Os chás e as funções orgânicas, para trabalhar conceitos de química orgânica com turmas do ensino básico. O planejamento tem como base a contextualização das principais funções orgânicas oxigenadas na discussão a respeito das propriedades terapêuticas atribuídas a alguns chás conhecidos na cultura popular. Ficou curioso? Então conheça um pouco da história dessa bebida que está tão presente no nosso dia-a-dia.

Há inúmeras citações e lendas a respeito da história dos chás, todas impregnadas de mistérios e fábulas. Apesar de não sabermos ao certo se são verídicas, elas apresentam dados com respaldos históricos que nos permitem compreender a importância dessa bebida desde a antiguidade. Uma das lendas mais conhecidas data de 2737 a.C. e relata que um imperador chinês teria sido o primeiro a saborear o chá. Segundo essa lenda, o imperador Shen Nung, que só bebia água fervida por medidas de higiene, em um de seus passeios, parou para descansar à sombra de uma árvore, quando algumas folhas caíram no recipiente em que ele havia colocado água para ferver. Ele não as retirou e observou-as notou que a água ficou colorida. Impressionado, decidiu provar e achou a bebida saborosa e revitalizante. Não existem registros históricos que comprovem essa história, mas sabemos que os chineses produzem e utilizam o chá desde a antiguidade (TREVISANATO; KIM, 2000; SENNA, 2013). Uma das primeiras referências escritas sobre o chá foi no ano de 200 a.C., em que um livro chinês sobre plantas medicinais menciona os efeitos desintoxicantes das folhas do chá. Esse registro indica que nessa época já se explorava algumas propriedades medicinais dessa bebida (VALENZUELA, 2004). Já na era cristã, nos séculos IV e V, os chás e suas propriedades se tornaram mais conhecidos. Nesse período, existiam inúmeras plantações no vale do Rio Yangtze também chamado de Rio Amarelo, localizado na China, o que proporcionou o cultivo de uma grande variedade de chás, que iam desde os refinados, oferecidos aos imperadores, até os populares, consumidos por todos (PETTIGREW, 1999). Junto com a popularização de suas propriedades benéficas, o chá foi se espalhando pelo mundo de diferentes maneiras. Durante a Idade Média, a Europa ocidental recebeu inúmeros carregamentos de especiarias vindos da Ásia e, dentre eles, o chá. À medida que foi se difundindo pelos diversos países europeus, foi recebendo diferentes denominações provenientes dos dialetos de cada região, mantendo o sotaque de sua origem. Assim, o tê da região de Fujian virou o thé francês, o tè italiano, o tea inglês e o tee alemão. Os portugueses adquiriram o chá em Macau, colônia portuguesa na China, onde se falava o dialeto cantonês, que se parece com o mandarim e, assim, o tchá falado por eles chegou ao Brasil e ficou conhecido como chá (RHOMER, 2002).

Referências Bibliográficas:

Braibante, M. E. F.; et al. A química dos chás. Quim. nova Esc. v. 36, N 3, p. 168-175, AGOSTO 2014.

 

Comentários

Postagens mais visitadas