#PIBIDFLIX - O teatro como ferramenta para o ensino da Química


 

Arte e Ciência: é possível?

Escrito por: Lucas Giovanni de Freitas Cobre

Desde a Grécia Antiga, o teatro vem sendo utilizado na arte, no lazer e no entretenimento. Os primeiros registros históricos datam do século VI a. C., nas festas realizadas em homenagem ao deus Dionísio na colheita do vinho. Mas seria possível fazer com que essa ferramenta das artes cênicas proporcione a aprendizagem científica de maneira lúdica?

Em um estudo realizado por Silva et. al. (2018), estudantes do Ensino Médio relatam insatisfação com o ensino da Química, considerando-a difícil, chata ou entediante. Os autores apontam que as dificuldades de aprendizagem em Química podem estar relacionadas a sua afinidade pela matéria, pelo professor, bem como sua motivação em aprender.

Um dos fatores que corrobora com essa insatisfação é a falta de interação nas aulas de Química. Nesse sentido, o teatro pode contribuir tanto para a interação entre os participantes e a articulação de ideias quanto para a criatividade e as expressões oral e corporal dos estudantes (ROQUE, 2007). Pense na história do famoso casal shakespeariano, Romeu e Julieta: é mais didático ler o livro ou assistir uma peça teatral para compreender a trama?

Conforme Ventura et. al. (2018), o teatro científico é um dos recursos pedagógicos que combina arte e ciência para estimular a aprendizagem de conceitos químicos. Os autores relatam experiências de algumas peças teatrais utilizadas no ensino de química, tais como: “A Liga da Ciência” (2013), “O Alquimista” (2013), “Somos o que comemos” (2014), “Lampião e Maria Bonita em busca da Química do Amor” (2014) e “Os Vingadores Químicos” (2014), realizadas pelo Seara da Ciência da Universidade Federal do Ceará em diferentes níveis de educação em química.

Os resultados apontam que “a criação, produção e encenação teatral de cunho científico deve ser sempre incentivada e continuada, a união entre a Arte e a Ciência é benéfica para o ensino e contribui para a popularização e divulgação do conhecimento científico” (VENTURA et. al., 2018, p. 838).

Arte e Ciência: é possível? Sim, por meio do teatro é possível aprender Química de forma interativa, lúdica e interdisciplinar. E você, já aprendeu ou ensinou química por meio do teatro? Que tal encenar esse espetáculo?


Referências Bibliográficas:

ROQUE, N. F. Química por meio do Teatro. Química Nova na Escola, n.25, 2007. Disponível em: http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc25/rsa02.pdf, acesso em 18/03/2021.


VENTURA, B.; NEVES, R. L.; RIBEIRO, V. G. P.; VALE, M. R.; GUEDES, I.; MAZZETO, S. E. Teatro no Ensino de Química: Relato de Experiência. Rev. Virtual Quim., n. 10, v. 4, p. 824-840, 2018. Disponível em: http://static.sites.sbq.org.br/rvq.sbq.org.br/pdf/v10n4a07.pdf, acesso em 17/03/2021.


SILVA, R. B. MENDES, J. F. CARVALHO, T. M. S. MALTA S.H. O gostar do aluno e sua dificuldade em química. Anais V CONEDU... Campina Grande: Realize Editora, 2018. Disponível em: https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/48115, acesso em 17/03/2021.

 

Para saber mais:

 

·         O Alquimista: Um cientista famoso explica o surgimento da Química, desde a alquimia até os tempos modernos, utilizando vários experimentos científicos: reações com mudança de cor; liberação de gás; formação de precipitado; liberação de energia. A peça usa o conhecimento do alquimista, convencido de que encontrou o elixir da vida longa, e por isso pode conhecer grandes cientistas, como Paracelso (1493 – 1541), Lavoisier (1743 – 1794), Dalton (1766 – 1844), Mendeleyev (1834 – 1907) e Marie Curie (1867 – 1934), apresentando ao público suas contribuições para o mundo da ciência (VENTURA, et. al., 2018, p. 830).

Link da peça: https://www.youtube.com/watch?v=qabCqtVu9oU&t=41s


·         Lampião e Maria Bonita em Busca da Química do Amor: A estória se passa em dois ambientes: Na rodoviária e na Caatinga. Maria Bonita e Lampião estão passando por uma crise conjugal e acabam “lavando a roupa suja em cena”. No transcorrer da peça eles passam a ser cobaias de uma cientista retirante, que irá fazer com que o casal experimente as substâncias químicas do amor (norepinefrina, feniletilamina, dopamina) para reacender a chama da paixão (VENTURA, et. al., 2018, p. 831).

Link da peça: https://www.youtube.com/watch?v=sBni_YOfE7M


 

·         Os Vingadores Químicos: O isótopo Trítio (3H) é uma arma poderosa do vilão Urânio que pretende destruir o mundo periódico. Para impedir que esta tragédia ocorra três heróis se unem: Ferro, Tório e Amerício. Na caça ao vilão eles encontrarão pelo caminho vários elementos químicos, e com a ajuda destes travarão uma batalha épica na busca pela estabilidade do mundo periódico (VENTURA, et. al., 2018, p. 832).

Link da peça: https://www.youtube.com/watch?v=65Zxvtodm_w


 

·         Somos o que Comemos? Dramaturgia montada sob a ótica do teatro social, composta por três atos abordando a temática da Educação Alimentar. No 1º ato, um ex-obeso descreve a química dos alimentos, o bullying sofrido, os preconceitos da sociedade sobre os obesos e o dilema entre comer ou não comer. Essas são as questões colocadas em cena com humor, utilizando a estética do teatro documentário. No 2º ato, um “nutricionista maluco” mostra para seu paciente (personagem invisível) o quanto de sal, açúcar e gorduras são encontrados nos alimentos industrializados. No 3º ato acontece um programa informativo, com perguntas e respostas, abordando dicas de educação alimentar, denominado de Encontro com Letícia Salada (VENTURA, et. al., 2018, p. 830).


 

·         A Liga da Ciência: A peça traz um confronto, através de experimentos, entre o vilão Mercúrio, que tenta usar os seus conhecimentos para destruir a Seara, a Liga da Ciência e os Super-heróis Quimicoman, Hidrogênia, Nitrogênia e Oxigênia (VENTURA et. al., 2018, p. 829).


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