#TBChemistry - Símbolos Químicos: A evolução ao longo da história
Símbolos
Químicos: A evolução ao longo da história
Escrito por: Cesar Henrique de Souza
Os símbolos são parte importante de
determinada linguagem, que segundo Dicio:
[Linguística] Sistema organizado através
do qual é possível se comunicar por meio de sons, gestos, signos convencionais.
Sistema de símbolos que permite a
representação de uma informação; código: linguagem do teatro [4]
Nesse sentido, a compreensão dos símbolos
é parte fundamental na compreensão dos fenômenos relacionados à determinada
ciência. Na Química, embora existam símbolos para representar diferentes
entidades, processos e fenômenos, os mais comuns são os símbolos que
representam os elementos químicos e, por extensão, seus átomos. Os átomos
formam cada um de nós e tudo que tocamos. Existem 118 tipos diferentes de
átomos, que são os elementos químicos que conhecemos (sendo 92 naturais e os
demais sintéticos). Cada elemento possui características que os fazem únicos,
porém, há também características similares entre eles, que podem ser utilizadas
de modo a organizá-los em uma tabela, por exemplo.
Nos dias de hoje, é adotada uma
representação para os elementos químicos, onde se utiliza a letra inicial, maiúscula,
do seu nome latino seguida, e quando necessário, uma segunda letra minúscula:
●
Carbono – C
●
Cálcio - Ca
●
Cádmio - Cd
●
Nitrogênio - N
●
Sódio (em latim Natrium) - Na
●
Cloro – Cl
Mas nem sempre esse foi o método de
representação utilizado.
No período pré-socrático datado do século VI ao V a.C.[7], havia a busca por
explicações para o surgimento do mundo e de todas as matérias a partir de um
único elemento fundamental e essencial, chamado arché, porém como a
natureza está em constante mudança, seria praticamente impossível que se
produzisse algo a partir de um elemento básico[7].
Na visão de Leucipo e Demócrito, acreditava-se
que a matéria era composta por átomos e por vazio, que seria o espaço no qual
os átomos se movimentam[2].
A palavra “átomo” tem
como origem do grego “a = não e tomo =
divisão” e, portanto, ela significa “algo que não pode ser cortado”.
Aristóteles não
concordava com essa ideia, visto que era adepto da ideia proposta por Empédocles
que afirmava a existência de 4 elementos que, para ele, formariam a matéria,
são eles: terra, água, ar e fogo.
Figura 01.https://brainly.com.br/tarefa/10281236 acesso em 03/05/2021 às
18:11
Aristóteles possuía uma posição descrente
diante da concepção de Leucipo e Demócrito, e como seu modelo passou a ser
aceito, a hipótese atômica foi abandonada nesse momento[2].
No século XVII a Alquimia aparece como a
arte que manipulava e transformava substâncias, ela foi uma fase importante na qual se desenvolveram
muitos dos procedimentos e conhecimentos que mais tarde foram utilizados pela
Química.
A alquimia possuía objetivos primordiais,
dentre eles: a transmutação de metais inferiores ao ouro; o elixir da longa
vida, que seria uma espécie de remédio milagroso capaz de curar toda e qualquer
tipo de doença, até mesmo a morte, bem como dar o poder da longevidade à pessoa
que o ingerisse; a obtenção da pedra filosofal, quem a possuísse poderia
transmutar qualquer metal inferior em ouro, além de tornar possível a obtenção
o elixir da longa vida[3].
Na alquimia por ter uma séria relação com o místico era muito
frequente que se fizesse o uso de símbolos provenientes da astrologia, como por
exemplo, os planetas eram associados com os elementos:
Cada elemento possui seu símbolo, como representado
na imagem a seguir:
Figura 02. https://netnature.wordpress.com/2018/02/26/as-raizes-da-alquimia-suas-atividades-na-india-china-imperio-arabe-e-europa-medieval/ acesso em 03/05/2021 às 18:14
Avançando mais um pouco
pela história, agora em meados do início do século XIX, mais
especificamente no ano de 1808, o cientista inglês John Dalton que formulou a primeira teoria atômica, ela foi
baseada na lei da conservação das massas, onde
diz que, na natureza nada pode ser criado e nem destruído, mas sim transformado
[5].
A hipótese
de Dalton é compatível com a ideia de conservação das massas já que toda matéria, seria composta
por átomos, pequenas partículas indivisíveis, que na visão dele seriam
"partículas sólidas, maciças, duras, impenetráveis e móveis" [5], o modelo atômico
formulado por Dalton ficou conhecido como sendo o “modelo da bola de bilhar”,
acredita-se que seria um método de auxiliar a memorização por parte dos alunos,
já que a descrição do átomo poderia fazer de fato, referência a uma forma de
aparência esférica [1].
Dada essa suposição de que os átomos
possuíam um formato esférico, Dalton propôs uma nova notação simbólica para a
representação dos elementos químicos, eles passariam a ser representados por
meio de círculos, letras, pontos e linhas [1].
Figura 04. https://www.flickr.com/photos/alanmol/6232979624/in/photostream/ acesso em 03/05/2021 às 22:20
Pode-se reparar, que há alguns elementos que são representados por
meio de um círculo e uma ou duas letras que compunham seu nome, quando novos
elementos fossem descobertos, o novo símbolo seria criado dentro desse modelo. Seria
então, muito lógico afirmar que em algum momento da história alguém iria propor
uma nova forma de fazer essa representação dos elementos, o que tornaria mais
simples de se entender, bem como se lembrar, já que, convenhamos que há uma
certa facilidade para se confundir quando os símbolos são abstratos e possuem
um caráter variado.
Pois bem, por volta de 1813-14 , na península Escandinávia, mais especificamente na Suécia, temos Jöns Jacob Berzelius, ele sugeriu que os átomos deveriam ser descritos em latim para que fosse universalizado, e a sua representação seria composta pela primeira letra, maiúscula, de cada elemento e, se fosse necessário essa letra deveria ser acompanhada pela segunda letra do nome[6].
Como por exemplo:
●
Alumínio – Al – (Aluminium, latim)
●
Chumbo – Pb – (Plumbum, latim)
●
Cloro – Cl – (Chlorum, latim)
●
Cobre – Cu – (Cuprum, latim)
●
Hélio – He – (Helium, latim)
●
Fósforo – P – (Phosphoros, latim)
●
Lítio – Li – (Lithium, latim)
●
Prata – Ag – (Argentum, latim)
Esse
modelo de representação sugerido por Berzelius, como se pôde ver foi muito bem
aceito pela comunidade científica da época, e é utilizado até os dias de hoje,
esse também foi o modelo utilizado por um químico russo chamado Dimitri
Ivanovich Mendeleiev na formulação do que viria a ser o que chamamos de tabela
periódica.
Referências
Bibliográficas:
[1] BARIN, C.S. INTRODUÇÃO À ATOMÍSTICA
MARIA. MODELO ATÔMICO DALTON O ressurgimento das Teorias Atômicas p. 2. p. 3.
Disponível em: https://www.ufsm.br/app/uploads/sites/342/2020/04/INTRODU%C3%87%C3%83O-%C3%80-ATOM%C3%8DSTICA.pdf, acesso em 4 de Maio de 2021
[2]
PORTO C.M. HISTÓRIA DA FÍSICA E CIÊNCIAS AFINS O atomismo grego e a formação do pensamento físico moderno
Rev. Bras. Ensino Fís. vol.35 no.4 São
Paulo Oct./Dec. 2013. 2. O surgimento do atomismo: Demócrito e
Leucipo. 5. Atomismo versus aristotelismo. Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-11172013000400016, acesso em 4 de Maio de 2021
[3] CORDEIRO T. ALQUIMIA: A CIÊNCIA E A
MAGIA NA IDADE MÉDIA - Como a alquimia ajudou a criar a ciência, enquanto
corria atrás de fantasmas. Disponível em: https://super.abril.com.br/historia/alquimia-a-ciencia-e-a-magia-na-idade-media/, acesso em 5 de Maio de 2021
[4] [LINGUAGEM]. In: DICIO, Dicionário
Online de Português. Porto: 7Graus, 2021. Disponível em: https://www.dicio.com.br/linguagem/, acesso em 5 de Maio de 2021
[5] TEORIA ATÔMICA DE DALTON: Os postulados da teoria
atômica de Dalton: quais pontos ainda usamos hoje em dia, e o que aprendemos de
novo desde Dalton? https://pt.khanacademy.org/science/chemistry/electronic-structure-of-atoms/history-of-atomic-structure/a/daltons-atomic-theory-version-2, acesso em 4 de Maio de 2021
[6] VAN DER KROGT P.
DESENVOLVIMENTO DOS SÍMBOLOS QUÍMICOS E DA TABELA PERIÓDICA: Lavoisier - Dalton
- Berzelius - Менделеев (Mendeleev) - Moseley. Disponível em: https://elements.vanderkrogt.net/chemical_symbols.php, acesso em 4 de Maio de 2021
[7] VIEGAS C.M.R. Apostila de Filosofia -
UNIDADE II – FILOSOFIA GREGA – PRÉ-SOCRÁTICA. Disponível em: https://claudiamaraviegas.jusbrasil.com.br/artigos/863996064/filosofia-grega-pre-socratica, acesso em 5 de Maio de 2021
Esse é meu filhote 😻
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