O CHEIRO DO CRAVO-DA-ÍNDIA

            Muitos compostos orgânicos têm cheiros característicos. Por exemplo, os alcoóis têm cheiros diferentes dos ésteres; os fenóis das aminas e os aldeídos das cetonas.

O cravo é uma planta usada como tempero desde a antiguidade: era uma das mercadorias entre as especiarias da china, que motivaram inúmeras viagens de navegadores europeus para o continente asiático.
O cravo também tem sido utilizado, há mais de 2000 anos, como uma planta medicinal. Os chineses acreditavam em seu poder afrodisíaco. O óleo de cravo é um potente antisséptico. Seus efeitos medicinais compreendem o tratamento de náuseas, flatulências, indigestão, diarreia, tem propriedades antibactericidas, e é também usado com anestésico para o alívio de dores de dente e na indústria de cosméticos.

Mas qual seria o composto que confere ao cravo-da-índia todas essas características e ainda seu cheiro tão característico?

A resposta para essa pergunta é simples, é o Eugenol, este composto é encontrado em seu óleo essencial. O óleo é constituído, basicamente, por eugenol (70 a 80%), acetato de eugenol (15%) e beta-cariofileno (5 a 12%).
      O eugenol é um composto aromático que além de estar presente nos cravos também pode ser encontrado em baixa concentração na  canela, sassafrás e mirra. A nomenclatura IUPAC para o eugenol é 4-Alil-2-Metoxifenol e apresenta a fórmula molecular apresentada na figura abaixo, onde podemos notar a presença de um grupo fenólico.

             
           O eugenol é um metabólito produzido por diversas plantas, da classe dos fenilpropanoides, especialmente conhecido por sua presença abundante do óleo essencial do cravo-da-india, sendo o principal responsável por seu aroma.

 O eugenol inibe o processo de peroxidação lipídica induzida por espécies reativas de oxigênio, conhecidas popularmente como radicais livres, capazes de agredir os tecidos celulares. Ou seja, é um antioxidante natural importante!

            Como já dissemos o eugenol é bastante utilizado no tratamento dentário, inclusive no alívio da dor, isso se deve a sua capacidade de bloquear as conduções nervosas, apresentando efeito analgésico e anestésico. Sua aplicação odontológica associada ao óxido de zinco inclui o uso em cimentos cirúrgicos, em curativos provisórios e em obturações.

Também é empregado na formulação de feromônios para armadilha de insetos, biocidas, na fabricação de estabilizantes e antioxidantes para plásticos e borrachas.
Assim percebemos que o uso do dos derivados do cravo-da-índia possuem diversas aplicações que vão além do uso doméstico.



REFERÊNCIAS:
1)       BRUICE, Paula Yurkanis.Química orgânica. 4ª edição, volume 2. São Paulo: Editora: Pearson, 2006.
2)       SOLOMONS, T.W. Grahan; Fryhle, Graig B. Química Orgânica 2 . 8ª edição. Tradução Robson Mendes Matos. Editora: LTC, 2006.


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